Equipe

Direção / Montagem: Igor Souto

Direção de Fotografia: Vinicius Brum

Ass. de Direção: Luan Navarro

Técnico de Som: Duka Souto

Fotografia Still: Mariana David

Montagem: Uli Gutmann

Produtor: Mariana Villa Nova

Produtor Local: Cirlanio Camilo

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Quarto dia: 26 de Setembro de 2009 - parte 2

A tarde fomos até a casa de Seu Edir. Ele é ex-Presidente do Sindicato do Trabalhador Rural, atual tesoureiro da mesma instituição. Conversamos sobre o homem do campo: O que e como vive, o que sonha e sofre. Seu Edir recitou um verso que escreveu para uma reunião do sindicato sobre o homem rural.






Nos olhos do sertanejo

A seca do licuri

A pele rachada, da seca

Mas nunca se deixa de ri

A simplicidade do povo

Que labuta o dia inteiro

E ainda pega na viola

Se junta também com o pandeiro

Trabalha a semana, pra feira

Pra comprar o de comer

Recebe quase uma esmola

Chega ser difícil de crer

Comprando a subsistência

Sua alimentação

Ainda dentro da bondade

Sobra um para doação

Reza pra chuva cair

Pro sertão se enverdecer

Pra cultura licuri

Nunca desaparecer...


Duka Souto

Quarto dia: 26 de Setembro de 2009 - parte 1

Sábado é dia de feira. Dona Ruta fez a quebra e tira do licuri na noite passada em sua casa. Depois de 3 semanas de trabalho, onde: Uma semana catando, uma semana secando e servindo de comida para as galinhas, uma semana quebrando e um dia com cerca de 30 pessoas tirando o licuri, cerca de 37 kg foram juntados, o que da em valores reias R$ 37,00. Um quilo custa um real. Ela segue todos os sábado com seu vizinho Seu Edmundo em sua carroça até o armazém de Seu Jaime, o atravessador a quem ela vende seu licuri.


Depois de vendido acompanhamos Ruta pela feira. A nossa intenção era ver o que ela conseguiria comprar com o dinheiro. Conversando, descobrimos que essas compras dariam apenas para um semana em sua casa.

Na feira as pessoas que vendem carne ficaram desconfiadas achando que éramos da fiscalização e estávamos filmando para fechar as barracas. Algumas pessoas pegaram suas coisas e foram embora.


Depois da feira, Ruta carrega suas compras por uns 10 km até sua casa. Fernanda sempre a acompanha. Ela ainda tem a disposição de doar algumas moedas para um senhor que tem trombose.


Estive perto da redenção! Nunca achei que me sentiria tão pequeno e despreparado para a vida; As pessoas tem uma vitalidade e alegria em meio as adversidades que me fez questionar se eu tenho algum problema na vida.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Terceiro dia: 25 de Setembro de 2009

Fomos até a casa de Dona Dete, extrativista a anos encara o licuri como forma de não pensar em seus problemas. Ela ainda preparou leite de licuri em seu pilão. Comemos paçoca e cocada de licuri.




Aqui temos Fernanda, uma criança que hoje é sustentada pelo licuri. Não pensa em trabalhar com licuri; Adora andar de carro e nos acompanhava em nossas filmagens no povoado da Boa Vista. Mora com sua mãe e sua avó, Dona Ruta nossa personagem principal.


Nesse dia aconteceu uma quebra de licuri na casa de Dona Ruta. Algo emocionante presenciar o dia-a-dia sendo representado através das cantigas. As vozes rangem quando a goela fica seca, então a catuaba e a 51 lubrificam e estimulam a mente dos que cantam. As luzes do fifó, tremulam nos rostos rachados dos participantes, crianças presenciam e interagem. O cheiro do café sente-se da rua, convindo aos que passam para entrar e ajudar na quebra e tira do licuri.

Segundo dia: 24 de Setembro 2009

Fomos até a fazenda de seu Edvan um criador de Gado. Na sua fazenda encontram-se muitos coqueiros de licuri. Nesse dia pegamos muito sol e clima seco andando muito pelos pastos, o gado faminto nos seguia achando que íamos dar ração para alimenta-los.


Aqui temos o açude de Serrolândia, ele hoje está salinizado pois os afluentes que desaguam nele ficaram secos e a salinidade dele cresceu e não ouve renovação das águas. A água dele não serve para o consumo, nem para o homem, nem para os animais.

A tarde fomos fazer nossas primeiras entrevistas. Estivemos num núcleo familiar, no povoado de Varzea Dantas. Encontramos com Dona Bidida, com Dona Lourdes e Dona Ninha. A conversa fluiu muito sobre a sociabilização na lida do licuri. Elas sustentam suas casas com a quebra. A hereditariedade e a família foram temas também abordados. Tivemos um ótimo dia, testamos a forma de entrevistar e como abordar os personagens.

Por-do-sol em Varzea Dantas.

Aqui equipe: Vinicius, Luan, Igor e Duka.

Primeiro dia: 23 de Setembro de 2009

Demos o start na nossa produção. Já na estrada viemos parando e fazendo imagens de cobertura. Almoçamos em Capim Grosso no Bairro do Novo Oeste. Depois seguimos pelo povoado de Nova Holandia onde paramos e filmamos vários licurizais. Depois seguimos para o município de Serrolândia, indo pelo povoado do Roçadinho. Montamos base e nos reunimos para conversar como ia ser o próximo dia.







PRÉ-PRODUÇÃO

Fotos da pré-produção, visitamos cerca de 40 pessoas para selecionar nossos personagens. Ficamos com cerca de 14 personagens principais e 12 secundários, ainda tendo os momentos de socialização (quebras e tiras), chegando a cerca de 70 pessoas participando do documentário.